segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Amazônia brasileira tem Índice de Progresso Social inferior à média nacional

A Amazônia brasileira, conhecida internacionalmente por seus recursos naturais e sua importância ambiental para o Brasil e o mundo, é uma região em que 24 milhões de pessoas convivem em meio a desafios sociais e falta de oportunidades para a maioria de sua população. Esse foi o cenário abordado pelo estudo inédito “Índice de Progresso Social (IPS) na Amazônia Brasileira – IPS Amazônia 2014”, gerado a partir da colaboração propiciada pela rede #Progresso Social Brasil, com realização do instituto de pesquisa Imazon, em parceria com a instituição global sem fins lucrativos Social Progress Imperative (SPI) e a Fundación Avina.

O relatório IPS Amazônia 2014 mostra que a região tem um IPS geral de 57,31, inferior à média nacional, que é de 67,73, considerando uma variação que vai de 0 (pior nível de progresso social) a 100 (melhor). Na avaliação de cada um dos 772 municípios da região, 98,5% apresentaram um IPS menor do que o da média do Brasil, que está na 46ª posição em um ranking mundial de 132 países, conforme a última edição do estudo IPS global, lançado em abril, no qual os líderes Nova Zelândia, Suíça e Islândia obtiveram média superior a 88.

As dimensões avaliadas pelo IPS Amazônia refletem, de modo geral, o método estatístico do Índice de Progresso Social, criado pela Social Progress Imperative para ajudar a orientar mundialmente decisões de investimento e políticas de governos que tenham impacto positivo na vida das pessoas, a partir do emprego de 54 indicadores exclusivamente das áreas social e ambiental. Idealizado com o apoio de especialistas em políticas públicas de todo o mundo, o IPS parte do entendimento de que medidas de desenvolvimento baseadas apenas ou prioritariamente em variáveis econômicas são insuficientes para mensurar o progresso social.

Amazônia avaliada em três dimensões

Para calcular o IPS Amazônia, foram utilizados 43 indicadores recentes e de fontes públicas e confiáveis, alguns dos quais escolhidos para refletir melhor as peculiaridades da realidade local – como a incidência da malária e o desmatamento –, mas preservando as condições de comparabilidade com o restante do Brasil. Esse projeto representou a primeira iniciativa efetiva de aplicação do IPS global em um contexto eminentemente local.

Seguindo a metodologia do IPS, três dimensões foram consideradas no levantamento sobre os 772 municípios dos 9 Estados da Amazônia: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos para o Bem-Estar e Oportunidades. O melhor resultado obtido foi na dimensão Fundamentos para o Bem-Estar, com índice médio de 64,84, e o pior na de Oportunidades, com 48,33. Essa dimensão também apresenta a maior disparidade entre a região e o restante do País (21%), evidenciando que faltam oportunidades para a população amazônica.

“Medir a situação social da Amazônia é ainda um grande desafio. A frequência de atualização dos dados é baixa, há limitações na abrangência geográfica de alguns indicadores e, até recentemente, o desempenho social era avaliado somente por índices que sofrem forte influência da economia”, avalia Adalberto Veríssimo, do Imazon, um dos responsáveis pelo levantamento inédito. Com a criação do IPS, em 2013, tornou-se possível, conforme Veríssimo, avaliar o progresso social da região considerando apenas indicadores sociais e ambientais que são realmente importantes para a qualidade de vida das pessoas. “O progresso social da forma como é medido pelo IPS revela que a região está abaixo da média brasileira, o que é incompatível com a sua importância ambiental”, destaca.

Esse conjunto de informações está acessível pela internet (veja os endereços, ao final deste texto, em “Informações gerais”), em uma plataforma que permite desagregar e analisar os dados do estudo. “Dessa forma, viabiliza-se o uso estratégico dessas informações por tomadores de decisão dos setores público e privado, no sentido da busca de soluções para a superação dos indicadores socioambientais na Amazônia brasileira. Com essa expectativa, a Rede de Progresso Social no Brasil dá destaque a esta agenda em sua interlocução com os governos, empresas e organizações sociais”, afirma Glaucia Barros, diretora programática da Fundación Avina.

Na visão do sócio-líder da Deloitte para o atendimento ao Setor Público no Brasil, Eduardo de Oliveira, experiências como a do IPS Amazônia são importantes para tornar mais efetivas ações conjuntas entre governo e iniciativa privada. “Projetos de estudo como este são essenciais para que líderes do setor público e agentes empresariais entendam mais profundamente os desafios de tantas regiões que, a exemplo da Amazônia, representam ainda grandes fronteiras de desenvolvimento sócio-econômico e também de novas oportunidades de negócios. Vivemos hoje uma era na qual não existe mais qualquer contradição entre o progresso social e a prospecção de negócios – estas são, na verdade, facetas de uma mesma realidade, a de um mundo mais integrado e que precisa de informações de qualidade para avançarmos em todas as dimensões”, analisa Eduardo de Oliveira.

Resultados por grupos de municípios

Para mostrar o comportamento do progresso social em uma região como a Amazônia, responsável por um terço das florestas tropicais do mundo e banhada pela maior bacia hidrográfica do planeta, cinco grupos foram criados para reunir os municípios com faixas similares no IPS Amazônico:

· Grupo 1 (IPS médio – 65,79): 87 municípios com os melhores resultados da região, somando 390 mil km2 e 9,4 milhões de habitantes (8% do território da região e 39% da população). Responde por mais da metade do PIB da Amazônia e inclui todas as capitais dos Estados, exceto Porto Velho (RO).

· Grupo 2 (IPS médio – 61,13): 200 municípios que somam uma área de 1 milhão de km2 e população de 4,8 milhões de habitantes (21% do território e 20% da população). Conta com Porto Velho e com o município com a maior renda per capita da Amazônia, Campos de Júlio (MT).

· Grupo 3 (IPS médio – 59,10): 194 municípios com acentuada diferença no nível de desenvolvimento econômico, com rendas per capita que vão de R$ 1,8 mil anuais em Barreirinha (AM) a R$ 9,7 mil em Ipiranga do Norte (MT), reforçando que o bom desempenho econômico não garante necessariamente o progresso social.

· Grupo 4 (IPS médio – 53,59): 204 municípios que somam 29% do território e 20% da população da região e respondem por apenas 9% do PIB amazônico.

· Grupo 5 (IPS médio – 49,00): 87 municípios que registram os níveis mais baixos de progresso social na Amazônia, com 1,7 milhão de habitantes (7% do total da região), e responsáveis por 3% do PIB amazônico.

De modo geral, os resultados do IPS Amazônia refletem, segundo Adalberto Veríssimo, “um modelo de desenvolvimento fortemente marcado pelo desmatamento, uso extensivo dos recursos naturais e conflitos sociais. A extensão continental da região e a precariedade da infraestrutura local impõem desafios adicionais ao seu progresso social e econômico.”

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Após seis anos, tipo 3 do vírus da Dengue volta a ser registrado em Roraima

Yana Lima/Ascom Sesau


Embora não seja mais grave que outros tipos, a circulação de uma nova variação do vírus da dengue aumenta a possibilidade de infecção


Existem quatro variações do vírus que causa a dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) e na última epidemia registrada em Roraima, no ano de 2010, houve a reintrodução do tipo 4, e desde então, circulavam três tipos do vírus. Isso porque, 2008 foi o último ano de registro do DENV3. Um fato que chama a atenção é que recentemente foi identificado o tipo 3 em uma paciente oriunda da Venezuela, que foi internada no Hospital Geral de Roraima (HGR).

A situação chama a atenção não pelo vírus em si, que não é mais nem menos perigoso que os outros tipos, mas pela entrada em ação de mais uma variação do micro-organismo. Quem já teve dengue causada por um tipo do vírus não registra um novo episódio da doença com o mesmo tipo. Ou seja, quem já teve dengue devido ao tipo 1 só pode ter novamente se ela for causada pelos tipos 2, 3 ou 4, portanto, uma pessoa só pode ter dengue até quatro vezes.

Dessa forma, quanto mais vírus estiverem em circulação, maior a probabilidade de haver uma infecção. “Desde 2009 [quando o tipo 3 havia deixado de circular] nasceram mais de 53 mil crianças, que nunca tiveram contato com o tipo da doença, se tornando um público mais suscetível à dengue”, explicou o diretor interino do Departamento Estadual de Vigilância Epidemiológica (DVE), Joel Lima.

A forma grave da doença também pode ocorrer em quem tem a doença pela primeira vez, no entanto, cada vez que uma pessoa tem dengue, aumenta o risco de ter a forma hemorrágica, o quadro mais grave da doença. Isso acontece porque, quando o organismo já tem anticorpos de um tipo, facilita a entrada de outro vírus na célula sanguínea.

Nos últimos dois anos foram registrados apenas três casos de dengue com complicação (um em 2012 e dois casos em 2013). Apesar do nome "dengue hemorrágica", o principal perigo da doença não são os sangramentos, mas sim a pressão arterial muito baixa.

Uma das hipóteses para não estar havendo alta transmissão da dengue, apesar da alta incidência de focos do mosquito Aedes aegypti no Estado, é o chamado "esgotamento de suscetíveis", uma barreira imunitária devido à grande quantidade de pessoas infectadas. É justamente este o grande risco de uma epidemia do novo vírus, o chikungunya. Com a falta desta barreira imunitária para a doença, toda a população local está suscetível.

AÇÕES DE CONTROLE

Por mais ações que o poder público possa executar, a maneira mais eficaz é que a população procure acabar com os criadouros dos mosquitos. “Se a população tirar cinco minutos do seu dia para fazer uma breve análise do seu quintal, já está fazendo sua parte”, pontuou Lima.

O Aedes aegypti é um mosquito doméstico, que vive dentro ou nas proximidades das habitações. O único modo possível de evitar ou reduzir a duração de uma epidemia e impedir a introdução de um novo tipo do vírus do dengue é a eliminação dos transmissores.

Secretário venezuelano destaca necessidade de capacitar policiais para atender turistas brasileiros‏

Foto: Dedson Machado

Por Sandra Lima/SESP

Durante I Simpósio de Segurança Pública e XI Encontro Técnico da Estratégia Nacional da Fronteira (ENAFRON), que teve início na manhã de ontem, 19, na cidade de Pacaraima, o Secretário de Segurança Pública de Estado Bolívar, na Venezuela, general Gilberto Velasco, destacou a importância de preparar funcionários tanto da Guarda Nacional, quanto da Polícia venezuelana, para um tratamento mais humanizado aos brasileiros que fazem turismo no país.

Velasco e uma equipe de oficiais participaram das discussões de trabalho voltados à segurança na fronteira durante toda a terça-feira. Ele elogiou a iniciativa do Brasil em realizar o simpósio que traz discussões importantes para a segurança na fronteira.

“Nas fronteiras se registram delitos muito especiais e precisamos participar dessas discussões para colaborar e nos preparar para combater esses delitos. O Estado Bolívar tem um acordo de cooperação com Roraima há anos e nossos policiais têm participado de treinamentos, sendo capacitados pelas mais distintas corporações policiais. Para nós há um avanço nas discussões de segurança na fronteira com Roraima”, destacou.

Indagado sobre as constantes reclamações por parte de brasileiros de que estariam sendo extorquidos na Venezuela por guardas nacionais e policiais venezuelanos, principalmente em períodos de férias e qual a posição da Secretaria de Segurança do Estado Bolívar para combater casos similares, Velasco destacou a importância de capacitar o policial.

“Em dois anos houve recorde de turistas saindo de Manaus, Roraima para a Ilha de Margarita, principalmente via terrestre. Estamos preparando funcionários por meio de convênios, para que entendam a importância do turismo para a Venezuela e de se combater atitudes como essas. Acreditamos que a mudança começa pela qualificação do profissional”, disse.

O secretário de Segurança Pública de Roraima, coronel Amadeu Soares, está agendando uma reunião de trabalho com o Governo de Roraima, do Amazonas, do Estado Bolívar e do Estado Anzoategui, na Venezuela para tratar das problemáticas que envolvem brasileiros turistas em país venezuelano.

“Vamos trabalhar uma agenda para reativar o acordo de cooperação técnica que existe com a Venezuela, incluindo nesse acordo também o Governo do Amazonas, tendo em vista que muitos turistas amazonenses têm interesse em fazer turismo no país venezuelano e vice versa. Fizemos tratativas com o general Velasco para colocar numa mesa redonda os quatro governadores e ampliarmos esse acordo de cooperação técnica”, disse.

Segundo Soares, está na agenda para discussão entre os dois estados brasileiros e os dois estados venezuelanos, a capacitação de policiais dos dois países que trabalham no eixo da BR-174 e da rodovia da Venezuela que cruza o Estado Bolívar e Anzoategui.

“Com essa agenda fechada queremos ir à mesa de discussão visando garantir o deslocamento tranquilo entre brasileiros e venezuelanos nos referidos eixos. Vamos colocar na pauta ainda a solicitação de uma maior agilidade na liberação de documentos e bens de brasileiros em casos de acidentes ou outros imprevistos”, disse Soares.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

O côco babaçu - a origem do blog

Você que é visitante do blog e que não sabe muito sobre a cultura maranhense deve se perguntar: o que é babaçu? O babaçu (nome cientifico: Attalea ssp.) é uma nobre palmeira nativa da região Norte e das áreas de Cerrado. Encontra-se em formações conhecidas como babaçuais, que cobrem cerca de 196 mil km² no território brasileiro, com ocorrência concentrada nos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí, na região conhecida como Mata dos Cocais (transição entre Caatinga, Cerrado e Amazônia).

A árvore pode atingir de 10 a 30 metros de altura e suas grandes folhas arqueadas podem chegar a oito metros de comprimento. Cada palmeira pode apresentar entre três a cinco longos cachos de flores amareladas. O pico de florescimento acontece entre janeiro e abril e os frutos amadurecem entre agosto e dezembro. Cada cacho, por sua vez, pode produzir de 300 a 500 cocos. A casca do fruto é resistente e, no seu interior, há de 3 a 5 amêndoas que têm valor comercial por serem a principal matéria-prima para a produção do óleo de coco do babaçu.

Costuma-se dizer que tudo se aproveita desta palmeira. Suas folhas são utilizadas na armação de cobertas para casa e, nos períodos de seca, para alimentação animal. As fibras destas mesmas folhas são utilizadas para produzir cestos, peneiras, esteiras, entre outros produtos artesanais. Seu estipe é utilizado na marcenaria e, algumas vezes, como adubo natural. É possível ainda se extrair o palmito e, do caule da palmeira jovem, uma seiva que, fermentada, produz vinho.

As amêndoas verdes ainda fornecem um leite com propriedades nutritivas semelhantes ao leite humano e bastante utilizado na culinária. Do mesocarpo é extraída uma farinha, também chamada pó de babaçu, muito nutritiva, usada como complemento alimentar e para fazer bolos e mingau. Tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, é rica em fibras, portanto, ótima para combater prisão de ventre, colite e obesidade, pois torna o fluxo intestinal mais eficiente.

Mas o principal fim das amêndoas é a produção de óleo de coco do babaçu. Este é amplamente utilizado na indústria cosmética, alimentícia, de sabões, detergentes, lubrificantes, entre outras e na alimentação das comunidades da região do Cerrado e transição com a Amazônia. A extração das amêndoas é tradicionalmente caseira, feita pelas populações locais e pelas “quebradeiras de coco”. Seu óleo possui alto índice de saponificação, o maior dos óleos vegetais de uso industrial, e baixa concentração de iodo. O endocarpo é usado para fazer um carvão de alto potencial calorífico.

Para completar, a dura casca do coco do babaçu ainda pode ser utilizada para produção de etanol, metanol, gases combustíveis, coque, carvão reativado, ácido acético e alcatrão, de grande aplicação industrial.

O mundo maluco de quem sente ciúmes



Lidar com o ciúmes é algo sempre exaustivo, tanto para quem pratica quanto para quem sofre a ação. Entretanto, a insegurança de quem ama pode beirar à loucura quando os níveis desse sentimento ultrapassam a barreira da sensatez. Acredito que o único remédio pra isso é desenvolver no outro a confiança necessária para manterem-se estáveis.


Certas coisas simplesmente nunca mudam. Outras fingem que mudam. Enquanto uns fingem, outros enlouquecem.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Inscreva-se no 11° Prêmio Abecip de Jornalismo


Seguem abertas, até o dia 15 de setembro, as inscrições para o 11º Prêmio Abecip de Jornalismo, promovido pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Jornalistas da mídia impressa e eletrônica podem inscrever seus trabalhos ligados ao mercado imobiliário, que tenham sido publicados entre o dia 9 de setembro de 2013 e 31 de agosto de 2014.
As matérias podem concorrer em três categorias: Financiamento Imobiliário, Fontes de Recursos para o Mercado Imobiliário e Educação Financeira e Responsabilidade Social na Construção Civil. Cada uma delas receberá cinco prêmios: dois para Imprensa Escrita (jornal e revista) e três para Mídia Eletrônica (internet, rádio e tv).
A premiação será realizada no dia 30 de outubro de 2014 no espaço Rosa Rosarum, em São Paulo. Os vencedores serão escolhidos por comissão julgadora formada por oito jurados. Compõem o quadro quatro jornalistas da área financeira e quatro especialistas em economia e crédito imobiliário. O prêmio é de R$ 6.500 para cada vencedor
Estudantes de Jornalismo ou Rádio e TV também podem concorrer em uma categoria dedicada especialmente a eles. A premiação é de R$ 2.000.
Para participar, o interessado deve preencher a ficha de inscrição disponível no site (www.abecip.org.br) e encaminhar com uma cópia do trabalho para a Abecip, no endereço: Av. Brigadeiro Faria Lima, 1485 – 13º andar – Torre Norte – São Paulo – SP – CEP 01452-002. Tel. (11) 3286-4857 / Fax (11) 3816-2785